SIM, TEM JEITO!

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domingo, 9 de março de 2014

Achar que sabe o que a outra pessoa pensa!


Meus queridos, vou iniciar este post, logo de cara, com um exemplo, porque assim fica mais fácil entender o raciocínio que o intitula.
Augusto está pensando em pedir emprestado, a seu vizinho, a furadeira elétrica. Sai de casa confiante de que seu bom e velho vizinho, Caio, terá toda a satisfação em emprestar-lhe sua furadeira elétrica. E vai pensando: “O Caio é um cara bacana mesmo”. Só que, de repente, é tomado pela dúvida: “E se ele disser que não?”. Começa, assim, um fervoroso debate interior: “Ele não vai recusar. É um bom amigo e vizinho. Sem contar que eu já fiz um monte de favores a ele”. Mas a dúvida continua a insistir: “É, mas e se ele não estiver nem aí para o que já fiz a ele? E se ele for do tipo egoísta, que aceita mas nunca dá nada em troca?”. Então, Augusto é invadido por uma correnteza de imagens mentais em que o vizinho lhe recusa o pedido. Imagina Caio negando que tem furadeira (“E ele acha que vou acreditar nisso?”). Imagina-o dizendo que vai precisar dela justamente nesta semana (“Que mentiroso, nunca ouvi ele furando nada há meses”). Imagina-o respondendo, pura e simplesmente, que não (“Cretino!”).

Assim, quando está em frente à casa de Caio, Augusto está de tal modo convencido de que o empréstimo lhe será negado que sequer se dá ao trabalho de perguntar – e mais, está furioso por ter perdido seu tempo e ido ali à toa. Assim, quando Caio, que estava cuidando do jardim, na lateral, o cumprimenta, Augusto, sem a menor disposição para um bate-papo amigável, retruca com um resmungo qualquer e segue em frente, fingindo que estava se dirigindo a algum outro lugar.
Será que Caio teria emprestado a furadeira elétrica?
Jamais saberemos! Certamente Augusto não sabe, pois sequer lhe deu a oportunidade de responder que sim ou que não. Assim, Caio sofreu uma transformação radical – transformando-se, de vizinho camarada que era, num poço de egoísmo – exclusivamente na imaginação de Augusto.
Portanto, meus queridos, a partir do exemplo citado, questiono: as atitudes de Caio o tornaram egoísta ou a imaginação de Augusto foi a responsável por isso? Muitas vezes, tendemos a fantasiar algumas coisas dentro de nós (por medo de rejeição ou até mesmo para não assumirmos nossos próprios atos) e, assim, transformamos a outra pessoa no que é mais conveniente para nós mesmos. Quando assim agimos, tendemos a fugir de nossas atitudes, pois consideramos que já sabemos o que a outra pessoa irá pensar, falar ou fazer! Ora, se já sabemos, então é mais fácil ficarmos acomodados na situação na qual nos encontramos e, de fato, acreditar que aquele pensamento que está em nós corresponderá à realidade que, diga-se de passagem, é de uma outra pessoa ao invés de agirmos.
Em muitas situações, relações podem ficar comprometidas quando achamos que sabemos o que o outro pensa. Ficaremos amargos por causa de pensamentos que estão na nossa imaginação e que, na verdade, não correspondem com a realidade da outra pessoa. Pense nisso! Forte abraço: André Massolini


2 comentários:

  1. André agora que achei seu blog estou lendo todos seus textos e vendo seus videos. vc é muito sábio e tem me ajudado demais!

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