SIM, TEM JEITO!

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domingo, 24 de novembro de 2013

Vale a pena amar sem esperar?

Muito se fala sobre o amor incondicional, ou seja, amar sem impor condições, ou ainda, amar sem esperar nada em troca. Como toda ação implica numa reação, este amor incondicional também tem sua reação em algumas atitudes nada amáveis.
Atualmente penso que o amor incondicional é, na verdade, o motivo de muita gente frustrada e deprimida. Se amo demais alguém e a pessoa não corresponde com meu sentimento, pra que continuar amando? É perda de tempo, é desilusão e sofrimento, nada mais que isso. Devo investir em algo que, no mínimo, dá-me um retorno (aqui não é um retorno "prático", como se estivesse sendo interesseiro, mas um retorno sentimental, ou seja, invisto em amor e recebo amor; invisto em carinho e recebo carinho etc).
Todo relacionamento, seja pai e filho, filho e mãe, amigo e amiga, namorado e namorada, marido e esposa etc, é uma via de duas mãos. Você me ama e eu o amo; você me respeita e eu o respeito. Tem gente que vive deprimida porque dá carinho, amor, compreensão e nunca recebe nada em troca. Aí vem as mais diversas teorias como: “Mas você está certa, deve amar sem esperar nada em troca. Isto é amar desinteressadamente” – teoria da qual já partilhei no passado.
Sabe o que tenho a dizer: “Você é uma tola e está se desgastando à toa”. Ou, usando uma frase bíblica: “Você está jogando pérolas aos porcos”, ou seja, você está oferecendo seu tesouro a quem está lhe devolvendo lavagem!
Não jogue suas preciosidades, como o carinho e o amor, a porcos que só devolvem lama a você.
Há ainda aquelas pessoas que vivem reclamando da forma como são tratadas por seus maridos ou filhos. Pois lembre-se bem de uma coisa e quero deixar bem sublinhado aqui: somos tratados da forma que permitimos que nos tratem! Mostre-se! Grite! Apareça! Faça com que entendam que você não gosta de ser tratada assim e mostre-se como você é e como deve ser tratada.
Minha mãe sempre nos contou um episódio e hoje ele servirá de exemplo para elucidar tudo o que escrevi até agora. Meu tio, quando adolescente, em uma crise de revolta disse à minha avó: “Vou arrumar minhas coisas e ir embora de casa”. Minha avó pegou uma varinha e, como dizemos por aqui, "desceu a lenha" nele e disse: “Agora você pode ir. Antes não havia motivo para você ir embora, mas, a partir de agora, você tem”. Meu tio, com “o rabinho entre as pernas”, desfez as malas e nunca mais teve essa “revolta”.
Não significa que ninguém deve espancar ninguém! Porém, não devemos ceder às chantagens e joguinhos que fazem conosco. Quer deixar de me amar? Quer ir embora? Vá! Se seu sentimento não corresponde ao meu, então não há motivo para estarmos juntos! Quer me amar e me respeitar, assim como amo e respeito você? Fique e vamos acertando os conflitos da convivência, mas sempre pautados no amor e respeito.
Tem gente que diz que os casamentos estão acabando porque as pessoas não sabem “relevar” algumas coisas, tendo em vista que tem que querer amar e, para isso, exige-se esforço. Concordo plenamente, desde que o esforço seja dos dois e não de uma única tonta, ou de um único tonto que fica lá se matando sozinho e sendo humilhado pela outra pessoa. Lembremos que é uma via de duas mãos, ou seja, se vai, também tem que vir.
Portanto, amar vale muito a pena sim, e como vale! Porém, todos amamos para sermos amados; respeitamos para sermos respeitados; compreendemos para sermos compreendidos. Toda vez que apenas oferecemos e não recebemos, ficamos vazios, pois quando a água sai de um reservatório deve haver uma entrada também, porque senão secará.
Se uma entrada não despeja mais água, feche-a e procure outra, pois a função do reservatório é estar cheio e não vazio! Forte abraço: André Massolini


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