SIM, TEM JEITO!

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terça-feira, 7 de julho de 2015

Por quê? Por quê? Enfim... por quê?


O ser humano sempre se questionou e sempre se questionará sobre aspectos de sua vida. Aliás, isto é ótimo que aconteça! A filosofia nasceu e é alimentada com os porquês.
O grande problema é quando os porquês ficam apenas direcionados ao TU, isto é, quando fica se questionando e perguntando por que o TU agiu da forma que agiu. E sabe por que é problemático? Porque queremos entender as razões que estão no TU, afim de entender os sentimentos que estão em nós (no EU). Antes de mais nada, quero deixar claro que este raciocínio está voltado para a questão dos relacionamentos e os términos, tendo em vista que perguntar sobre os porquês as pessoas agiram da forma como agiram é muito válido em outras situações (um sociólogo, por exemplo).
Ao invés de ficarmos focados no porquê o TU fez o que fez ou agiu da forma como agiu, seria muito mais produtivo se nos perguntássemos no COMO deveríamos agir a partir da atitude cometida por ele. Isto nada mais é que voltar o porquê para si mesmo e perceber que os porquês feitos ao EU são capazes de fazer com que enxerguemos nossa própria realidade (ao invés de ficarmos no mundo da imaginação e das hipóteses do porquê o TU fez o que fez) e, assim, consigamos agir e empreender as mudanças que precisam ser feitas.
Em uma aula, um aluno me perguntou o seguinte: “Por que ser normal, quando o bacana é ser diferente”? Então, virei para ele e questionei: “O que é ser normal, para você? O que é ser diferente? Pois estou olhando para você e vendo que se veste e age como a maioria, portanto, você está absolutamente normal. Ora, se você considera que ser diferente é ser bacana, porque está tão normal”? E ele não soube responder o que considerava normal e o que considerava diferente!

A partir do exemplo do aluno, quero mostrar que muitas vezes as pessoas jogam frases sem saber ao certo o que estão falando. É necessário questionar o que se fala, porque quando fazemos os porquês a nós mesmos e, assim, questionamos nosso próprio pensamento, então chegamos em algumas conclusões sobre como devemos agir. Caso contrário, seremos meros papagaios que reproduzem bordões ditados pelos outros. Cuidado! Porque vejo que há muitas pessoas que são papagaios em nível sentimental. Reproduzem frases de “alma gêmea”, de “amor eterno”, de “sentimento puro e verdadeiro” etc e, na verdade, se fizessem os porquês a si mesmos e questionassem o que entendem daquilo que estão falando, chegariam à conclusão de que as atitudes estão bem distantes daquilo que estão pronunciando.
Há pessoas que decretam a IMPOSSIBILIDADE de esquecer alguém. E sabe por que fazem isso? Porque decretar a impossibilidade é mais fácil, pois assim não se tem que perguntar no que deve ser feito e em quais estratégias usar, bem como qual caminho se deve percorrer. É igual a pessoa que olha para uma montanha e diz: “Eu hein, é impossível escalar isso”! Ora, dizendo assim é mais fácil e ela simplesmente senta e fica olhando a montanha à sua frente. Bem diferente, porém, é a pessoa que olha para a montanha e diz: “Uau, é difícil pra caramba. Mas vou subir”. Esta pessoa sabe da dificuldade que encontrará, contudo, não fica parada no pé da montanha. Analisa o que precisa ser feito para que consiga chegar lá no topo. Pergunta-se sobre como deve agir para que chegue lá; tem consciência da dificuldade, mas não decreta a impossibilidade. Não fica focada no PORQUÊ a montanha é alta, mas sim no COMO desenvolverá as próprias atitudes para escalá-la.
 Portanto, ao invés de ficar perguntando no porquê fizeram o que fizeram para você ou no porquê uma pessoa que dizia amar, simplesmente deixa de amar, mais produtivo seria voltar os porquês para si mesmo, e questionar os próprios pensamentos e colocar em xeque os próprios sentimentos e quais têm sido as atitudes diante do que fizeram conosco. Ou seja, nada mais é que tirar o foco do porquê o TU fez o que fez e voltar a questão para o COMO agirei diante disso. Pense nisso! Forte abraço: André Massolini

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