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terça-feira, 23 de junho de 2015

Para a dor transformar-se em lembrança


Há uma grande variação nos porquês os relacionamentos terminam, porém, em sua maioria, existe dor – justamente por haver quebra de expectativas, projetos e construções de sonhos em comum.
Até mesmo naqueles relacionamentos nos quais o desgaste se instalou e o casal chegou à conclusão que o término seria o melhor para ambos, ainda assim pode haver alguma dor. Veja bem, a intensidade desta dor é que varia de relação para relação. Ela, também, estará muito relacionada e será diretamente proporcional ao sentimento que nutríamos; estará, ainda, vinculada à razão pela qual o término ocorreu (pode ser fruto de uma traição, pode ser por causa de ciúmes excessivo de uma das partes, por incompatibilidade, por erros cometidos etc).
Enfim, as variantes são inúmeras e, sem dúvida, podem agravar ainda mais esta dor que é natural nos términos. E, óbvio que a forma como nos posicionamos diante da situação e como encaramos a realidade do término, bem como a disposição e determinação que temos para enfrenta-lo, será um dos fatores que aumentarão ou não tal dor.
E é justamente neste ponto que gostaria de chegar! Isto é, na situação em que a DOR transforma-se em LEMBRANÇA! Contudo, o substantivo transformação não me agrada muito. E sabe por quê? Porque transformação nos remete a algo mágico, independente da vontade pessoal e muito mais ligado a fatores alheios à própria pessoa. Por exemplo: o cientista Bruce Banner, quando sujeito a situações estressantes, transforma-se no incrível Hulk; um homem, na lenda popular, por causa da lua cheia, transforma-se num lobisomem.

É por isso que não gosto do termo “transformação”. É como se ficássemos esperando os fatores externos (como o estresse de Hulk ou a lua cheia do lobisomem) para que as coisas mudassem em nós. Contudo, extinto tais fatores, voltamos ao estágio de antes. Por isso que muitas pessoas vivem alternâncias de humor. Acredito que apoiam a superação da dor em fatores externos a si mesmas. Quando tais fatores (como um passeio ou uma balada, por exemplo) terminam, voltam ao estágio de dor no qual estavam antes.
Então, qual seria o termo ideal? Creio que o termo adequado seja TORNAR-SE. Este termo significa que houve uma mudança de pensamento, uma mudança em como se encara a situação, uma mudança na essência e não na aparência! Precisamos nos esforçar para que nossas dores se tornem lembranças! Para isso, é necessário que encaremos a realidade tal qual ela é e que não fiquemos focados e iludidos com uma realidade que não existe mais. Encarar a realidade do término é encarar o que a pessoa nos disse e não o que ERA DITO durante o namoro, entende? Quantas são as pessoas que ficam focadas no que era dito, nas mensagens que eram trocadas e não conseguem perceber a realidade que está diante delas AGORA! E é por isso que a dor vai se instalando cada vez mais. O término, por si só, já é doloroso. Se ficarmos focados em algo que não existe mais e, assim, desenvolvermos o inconformismo, será pior.

Essas lembranças do ontem e dos momentos que passaram juntos trazem dor, justamente porque se percebe que tais momentos não têm mais incidência no presente. Contudo, é necessário que esta dor se torne lembrança, ou seja, tais momentos estarão para sempre em nossa memória pois não sofremos de amnésia. Quando encaramos a realidade do término; quando entendemos que ter lembranças daqueles momentos e a sensação de vazio é um processo natural; quando entendemos que a dor é uma fase e que sua superação depende de  nossas ações; quando entendemos que o sentimento que foi desconstruído na outra pessoa precisa ser descontruído em nós; quando entendemos que é necessário deixarmos quem nos deixou; quando entendemos que somos responsáveis por nossa felicidade e que, portanto, ela não está vinculada a estar ao lado de alguém, é aí que a DOR começa a tornar-se LEMBRANÇA. Pense nisso! Forte abraço: André Massolini

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