Meus
queridos, gostaria de refletir sobre este assunto que, outrora, já foi motivo
de vergonha na sociedade (lembremos que a oficialização do divórcio ocorreu, no
Brasil, apenas em 1977).
Se
manter uma relação estável é fruto de um amadurecimento emocional, tendo em
vista que é necessário buscar o controle das emoções para lidar com as
diferenças e conflitos que as relações apresentam, então, pela lógica, as
pessoas estão mais imaturas emocionalmente, uma vez que o número de divórcios
aumenta, não é mesmo?
Não,
não é. Antes, as pessoas mantinham as relações não porque eram maduras
emocionalmente, mas apenas porque ficavam sob o jugo das pressões sociais. O
divórcio era um “escândalo” e socialmente inaceitável. Agora, vivemos num
período em que não existe mais a pressão e o peso social de antes.
Então,
se as pressões sociais não sustentam mais um casamento (por mais infeliz que
fosse o casal), fica evidente que, então, é justamente agora que as forças
emocionais se tornam essenciais para a continuidade da relação.
Entenda
por forças emocionais a capacidade de diálogo, de olhar para dentro de si mesmo
e fazer as perguntas sem medo; de entender que o EU está em contato com o TU
que é, pensa e age diferente; de perceber que conviver é uma arte que requer
aprimoramento contínuo; de saber que há momentos de diferenças emocionais,
justamente porque as pessoas são diferentes e interpretam um mesmo fato de
formas distintas.
Acredito
que enquanto as pessoas não buscarem um conhecimento das próprias emoções, um
crescimento e amadurecimento emocional, então, infelizmente, estes números
apenas aumentarão. É muito mais fácil separar do que perceber os ajustes e
reajustes que precisam ser feitos. Ajustes e reajustes significam mudanças. E,
por sua vez, para mudar, é necessário reconhecer que algo está errado. E,
infelizmente, vivemos num período em que um número cada vez maior de pessoas
não consegue assumir que erra. São pessoas amarguradas, fechadas em si mesmas e
que sempre apontam culpados, pois são incapazes de perceber a culpa nelas
mesmas.
Ser
maduro emocionalmente não significa garantia de eternidade na relação, claro
que não! Mas, talvez, seja garantia de uma relação saudável, ainda que venha a
terminar. Aliás, maturidade emocional confere, também, menos dor e sofrimento
ao próprio término, pois se ela existe na relação então é porque o diálogo e a
discussão dos porquês determinadas situações e desencontros fazem parte da vida
do casal. E se os desencontros são discutidos, provavelmente os encontros
acontecem, isto é, encontra-se a melhor a forma de solucioná-los. E quando se
age assim, pode ser que a separação seja refutada. Pense nisso! Forte abraço:
André Massolini
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