Vivemos num período de constantes mudanças
comportamentais e, quando se diz respeito à família, percebemos uma
desorientação no desempenhar dos papéis específicos.
Pode-se dizer que a
sociedade atual vive um momento de crise de autoridades. Exemplos: um político,
que era tido como uma autoridade na defesa dos direitos e no combate à
corrupção, hoje é olhado sob os olhares do descrédito e das falsas promessas
(salvo aqueles que realmente mostram dedicação no papel que assumiram e mostram
ser competentes e merecedores de nosso voto); um juiz, que era tido como a
autoridade que garante a justiça, é abalado com denúncias de envolvimento com
crime organizado; um policial, que era tido como a autoridade para servir e proteger,
é mostrado como exterminador de crianças na candelária; os pais, que eram tidos
como autoridade em formar seres humanos, ausentam-se de seus papéis e
transferem a responsabilidade para as escolas.
Enfim, são apenas alguns
exemplos que não podem jamais, é claro, serem generalizados.Temos que continuar
acreditando na política, na lei, na justiça e na família.
Porém, mesmo não
generalizando, com a mídia em tempo real como temos hoje, as notícias voam e
ultrapassam fronteiras e, apesar de serem casos isolados, geram desconfiança,
criando a crise das autoridades. E é aqui que entra a mãe superprotetora.
A mãe também está mergulhada
nesta sociedade em crise de valores e, como todos, sente os reflexos também.
Ela sente a necessidade de desempenhar o papel que todas as autoridades estão
falhando: elabora comícios para convencer o filho de que não deve fazer aquilo
(papel do político); julga-se ser a grande promotora da justiça, mostrando o
que é o certo e o errado ao filho (papel do juiz); quer servir o filho de todas
as formas, bem como protegê-lo até da própria sombra (papel do policial); vive
fazendo discursos morais de comportamento (papel do padre ou pastor).
Esta mãe é o que classifico
como superprotetora. Ela também está em crise de autoridade, porque está
deixando seu papel de mãe para desempenhar o papel de todas as outras
autoridades. E ainda justifica sua atitude fazendo-se de vítima e dizendo: “eu
me preocupo com meu filho! Eu quero o melhor pra ele. Se eu que sou mãe não me
preocupar, então quem vai se preocupar?”
Uma coisa é ser mãe, outra coisa bem diferente é ser modeladora. Uma mãe superprotetora quer modelar o filho dentro do que ela acha ser o melhor a ele. Em outras palavras, ela pensa, age e sente por ele! E ainda diz assim: “Ele é muito ingênuo, não consegue perceber as coisas”. Ora, é claro que não percebe, porque você, super-mãe, nunca deixou que ele percebesse as coisas por si só. Você quer que ele perceba as coisas do jeito que você percebe, ou seja, você está tirando o que de melhor ele poderia desenvolver: a capacidade crítica.
Tirando a capacidade crítica
de alguém sabe o que você está criando dentro de sua linda casinha? Um pamonha!
Isso mesmo, um pamonha que amanhã não saberá pensar por si só, não saberá
resolver um conflito sem chamar a mãezinha para lhe trazer a chupeta. E se
você, super-mãe, morresse hoje? Seu filho estaria perdido, porque você não o
ensinou a enfrentar o mundo sozinho, ao contrário, você quer que ele dependa de
você. Geralmente, a super-mãe adora ver o filho dependente. Prova disso é que
ela se irrita quando percebe que ele está se abrindo com alguém de fora, que
está confiando em uma outra pessoa que não seja ela... e aí a super-mãe se
transforma em super-vilã e fará de tudo para que o filho se afaste desta
“influência má”. Parece coisa de novela, né? Mas infelizmente é a pura
realidade e, em muitos casos, beira a neurose.
E tem mais: este filho
quando se casar vai reproduzir o mesmo esquema familiar e será assim dependente
da esposa. Se a mulher gostar de ser dominadora, gostar de ter o controle da
situação, ótimo, porque casou-se com o pamonha perfeito. Caso esta esposa tenha
sido fruto de uma mãe superprotetora também, ela vai querer ser dominada e não
dominadora! Conseqüentemente teremos um casamento desastroso que, dentro de um
ano, estarão separados em busca da mamadeira novamente!
Dá pra perceber quem são os
filhos de mães assim: andam com os ombros levemente curvados, inclinados pra
frente, porque é o peso da mãe que os sufocam; alguns são muito tímidos, porque
em muitas situações ele queria que a mãe estivesse ali para agir por ele, é por
isso que se diz tímido. Nunca, enquanto continuar dependente da mãe, conseguirá
ser líder em nada (toda criança ou adolescente que tem a capacidade de exercer
liderança é porque tem uma mãe que despertou esta capacidade no filho; uma mãe
superprotetora jamais desperta a liderança, e ela ainda acha que está
ajudando?).
Por fim, quero apenas dizer
que está na hora de mães assim deixarem de se fazer de vítimas, como se fossem
as salvadoras dos filhos agindo desta forma. E está na hora dos filhos
decidirem assumir sua vida, o que jamais significa desrespeitar os pais. Forte abraço: André Massolini
Bem verdade por isso preciso de ajuda meus filhos me tratam de rabujenta
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