SIM, TEM JEITO!

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terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Abandonar-se...


Meus queridos, tenho observado que muitas pessoas cometem algumas atitudes e nem percebem que tais atitudes estão causando alguns reflexos nada positivos em si mesmas. Sem perceberem, começam a se colocarem à margem da própria vida.
O TU ganha uma importância tão grande que o EU vai sendo colocado de lado, entende? E é aí que começamos a perceber algumas atitudes tais como: acredita-se firmemente que a razão da felicidade está no TU e não no próprio EU; acredita-se que não existe mais possibilidade de felicidade sem estar em contato com o TU; acredita-se que a razão do existir está no TU; acredita-se que jamais será possível amar uma outra pessoa; acredita-se que o TU é o maior amor que já aconteceu ao EU.
Veja bem, aqui não estou querendo colocar em xeque a veracidade do amor! Sim, ele acontece e é real! A vida do EU pode ter ganhado um colorido diferente ao estar amando o TU, sem dúvida. Assim como, o EU pode, de fato, não ter amado tão fortemente alguém como ama o TU agora. Contudo, apesar de não estar duvidando do amor, estou questionando a divinização que fazemos do mesmo, sem que percebamos que ele é um sentimento que foi construído e cultivado por nós mesmos. Foram nossas atitudes, nosso comportamento e posicionamento do EU diante do TU que possibilitaram que o sentimento surgisse. Sim, o amor, em si mesmo, é algo que considero “irracional”, tendo em vista que, na grande maioria das vezes, não conseguimos explicar porque amamos! É como querer dar as razões do porquê se gosta do vermelho, do amarelo, de tomates ou de comida japonesa! Porém, apesar de considerar que o amor seja um sentimento irracional (no sentido de não ser explicado racionalmente), a forma como vivemos este sentimento deve ser racional! Se não vivermos o amor de forma racional (e aqui entendo racional como equilíbrio, sensatez e conhecimento de si mesmo e do outro), então teremos uma relação também irracional, isto é, cheia de conflitos, possessividade, anulações e humilhações diversas. A relação será para ver quem manda mais e não um caminhar lado a lado, respeitando as diferenças e as características de cada um.
Quando acredita-se em tudo aquilo que citei no início do parágrafo anterior, então, como consequência, o EU ficará dependente do TU. Ora, a partir do momento em que se cria uma relação de dependência, muito provavelmente acontecerá o abandono de si mesmo. Isto nada mais é do que o abandono do EU! O EU sai do centro de si mesmo para ceder lugar ao TU.

É aí que vemos as situações de humilhações, de desrespeito e, ainda assim, o EU continua se rastejando pelo TU. Por quê? Porque ele colocou o TU no centro e acredita que ficar sem o TU é como ficar sem o próprio coração! É como se não pudesse viver mais! Então, passa a aceitar estas situações. Curva-se diante do desrespeito, das humilhações, das ofensas e das atitudes que, antes, consideraria absurdas. Anula-se diante do TU! Abandona o EU! Abandona, assim, o amor próprio e prefere se considerar vítima de todas estas situações. É mais fácil fazer-se de vítima, pois assim acomoda-se na posição sofredora e não precisa agir. E sabe por que a pessoa não quer agir? Porque agir significa colocar o EU no seu devido lugar e, assim, tomar as atitudes que precisam ser tomadas! É preferível entregar-se às lágrimas a arregaçar as mangas e empreender a reconstrução de si mesmo. Somos tratados da maneira que permitimos sermos tratados! Quando o EU deixa de estar no centro e cede lugar ao TU, fica à margem da própria vida, assistindo e aceitando as atitudes praticadas pelo outro.


Olhe para sua vida e pergunte-se se você não se colocou à margem da própria vida! Você não se abandonou? Se sim, o que precisa ser feito? O TU tem todo o direito e liberdade de lhe abandonar, mas você jamais pode abandonar seu próprio EU, nunca!



Assuma o centro de sua vida novamente! Coloque-se em seu devido lugar! Colocar-se em seu devido lugar não é ser egoísta ou prepotente, mas apenas ter AMOR PRÓPRIO. E quando você coloca o EU no centro de sua vida e, assim, tem o amor próprio, então o TU estará no seu devido lugar também. Cada qual no seu lugar. Só assim poderá estar bem e ter uma relação equilibrada. Esta, por sua vez, não significa ausência de conflitos ou desentendimentos, mas apenas que o bem-estar será mil vezes superior aos pequeninos mal-estares que acontecerão justamente por fazerem parte de qualquer relação tipicamente humana. Pense nisso! Forte abraço: André Massolini

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