Meus
queridos, não jogo videogame há séculos. Sendo assim, minhas comparações terão
como base os jogos do Master System, Mega Drive e afins (risos).
Lembro-me
que quando ganhei o Master System, o jogo Alex Kidd já estava na memória. Nossa,
e que dificuldade era poder sentar e jogar! Primeiro e, sobretudo, porque havia
uma única TV e, geralmente, os horários em que poderia jogar acabavam sendo os
horários em que a TV estava destinada para a família, com as novelas e o
aclamado Jornal Nacional. Segundo, porque havia um grande mito de que videogame
danificava a TV e, portanto, tinha que driblar as intervenções de meu pai para
que não jogasse. Adolescentes que me leem agora, os tempos eram outros
(risos)...
Na
primeira fase do jogo, deveria fazer com que Alex Kidd vencesse alguns pássaros
que ficavam apenas circulando de um lado ao outro, estourar algumas caixas com
interrogações, mergulhar num lago, vencer um polvo e passar para a segunda
fase. Nossa, recordo-me que estas coisas tão fáceis, manuseando um joystick com
apenas dois botões e setas direcionais (direita, esquerda, cima e baixo)
causaram um transtorno e um sufoco imenso! Como era difícil não morrer antes
mesmo de mergulhar no lago e enfrentar o temível polvo - que bloqueava a
entrada para a tão almejada segunda fase!
Após
ter morrido incontáveis vezes e ter visto a “alma” de Alex Kidd batendo asinhas
de anjo e sumindo da tela, finalmente consegui derrotar o polvo e entrar na
segunda fase! O medo do que encontraria era grande. Surpresa ao ver novos
inimigos a serem derrotados! E após morrer quando mal havia acabado de entrar
nesta fase, o pensamento era um só: “Meu, sinto muito, mas esta fase é
impossível de passar”.
Enfim,
assim se sucedeu no avançar de praticamente todas as fases. Ora, a vida não é
bem parecida? Quando estamos numa determinada situação, acreditamos que jamais
conseguiremos passar por ela. Mas, se tivermos disposição, se arregaçarmos as
mangas e assumirmos o controle (joystick) de nossa vida, então começamos a
direcionar os movimentos e a derrotar as situações. E nem percebemos que esta
situação, na verdade, tornou-nos fortes e perspicazes para a próxima. Contudo,
quando adentramos nesta, e outras situações se apresentam, outros desafios
aparecem e outras dificuldades surgem, tendemos a acreditar que será impossível
vencer tal fase! Acreditamos ser a pior fase que já passamos e que será
impossível superá-la e avançar.
É
aí que temos que recordar da fase anterior. É neste momento que temos que ter o
senso crítico e praticar o que chamo de “recordação positiva”, isto é, olhar o
ontem e perceber as situações que eram consideradas invencíveis e que, no
entanto, devido à persistência e determinação, vencemos! É recordar-se do
ontem, fazendo com que ele traga motivação para o hoje; fazendo com que
consigamos perceber as aprendizagens e que sintamos orgulho de nós mesmos e,
assim, sintamo-nos encorajados para enfrentar mais uma fase, ainda que esteja
carregada de surpresas e situações desafiadoras.
O
avançar de fases, na vida, acontece inevitavelmente, queiramos nós ou não!
Portanto, acredito que o melhor seja assumir o joystick das atitudes e encarar
o que precisa ser encarado. É necessário que avancemos, pois avançar é
progredir, é trilhar o caminho da aprendizagem a partir das fases anteriores.
Pense nisso! Forte abraço: André Massolini
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