Implorar para não ser deixado pode trazer algumas consequências

Meus queridos, alguns comportamentos que temos vão despertando em nós, como consequência, outros. É como quando se toma um antibiótico para algo e tem o efeito colateral de alteração na função hepática ou desconfortos no estômago, por exemplo.

A pessoa disse que não quer mais manter o relacionamento com você, certo? E aí, sabe qual é sua atitude? De implorar para que ela não faça isso; de chorar; de espernear e dizer que ela nunca irá encontrar alguém que a ame da forma como você ama; de pedir por favor para que ela não faça isso com você, entre tantas outras afirmações que poderia citar aqui.

Ora, acredito que uma coisa é querer ter uma conversa madura e ouvir as razões pelas quais a pessoa quer terminar. Em seguida, se for o caso, pedir para que ela pense com mais calma. Agora, você concorda que atitudes como as descritas no parágrafo anterior soam como se você estivesse implorando para não ser deixado?

Então, vamos seguir o raciocínio que desenvolvi na introdução, isto é, de que alguns comportamentos que temos vão despertando outros. Você implorou para que a pessoa não lhe deixasse e ela, então, acaba não lhe deixando. Pode até ser que, num primeiro momento, você se sinta aliviado ou como se tivesse vencido por espantar o fantasma do término. É como se você tivesse tomado o antibiótico e eliminado a bactéria. Contudo, quais os efeitos colaterais deste comportamento?

Acredito que, talvez, o primeiro efeito colateral, ainda que inconsciente, seja a sensação de: “ficou com pena ou dó de mim” (igual à criança que faz um berreiro e muda a opinião dos pais em permitirem que ela durma fora de casa). Consequentemente, essa sensação trará (repito, ainda que inconscientemente) uma outra: se está comigo por pena ou dó, então não sou a opção livre dela! Esta sensação, por sua vez, trará um novo comportamento: a perda gradativa da autoestima, isto é, você começa a acreditar que não tem mais valor, pois não conseguiu segurar a pessoa ao seu lado, tendo em vista que ela só ficou com você por pena!

Este problema, ou seja, de medir o próprio valor a partir do quanto a outra pessoa me valoriza e, a partir do momento que você acredita que a que a pessoa não lhe valoriza mais, mas apenas está com você por pena,  acaba despertando uma nova sensação:  a insegurança! O fantasma da insegurança começa a rondar sua vida, porque você não vê mais valor em você mesmo, sua autoestima está em queda!

Então, meus queridos, um novo comportamento surge: o ciúme! Tudo torna-se motivo para desconfianças. E aí um novo efeito colateral aparece: a possessividade! Simplesmente você começa a querer controlar todos os passos da outra pessoa, saber exatamente o que ela está fazendo, com quem está falando e, se possível for, o que ela está pensando! E aí você se apega a estas manifestações externas (olhar rede social, celular, montar tocaias etc) e não percebe que a origem de tudo é INTERNA. Acaba não percebendo que tudo surgiu de uma atitude, de um comportamento. Uma simples atitude desencadeou uma série de outras. É evidente que cada caso de ciúme, insegurança, possessividade, baixa autoestima ou término de relacionamento deve ser avaliado e analisado dentro de seu contexto e situação específica. Contudo, que esta singela postagem sirva de alerta para que analisemos com mais critério nossas próprias atitudes e comportamentos. Pense nisso! Forte abraço: André Massolini