Meus
queridos, acredito que seja necessário exemplificarmos bem o que é
condicionamento para, então, dirigirmos o raciocínio para o fato de condicionar
a própria felicidade a estar com alguém.
Pavlov
(fisiologista russo, ganhador do Nobel de Fisiologia) desenvolvia vários
experimentos utilizando-se de cachorros. Na década de 1920, estava estudando a
produção de saliva em cachorros expostos a diversos estímulos palatares. Então,
percebeu que, com o tempo, a salivação passava a ocorrer com situações e
estímulos que antes não despertavam nada. Um dos experimentos feito por ele foi
assim: tocava uma campainha e, em seguida, dava um pedaço de carne ao cachorro.
Obviamente que ao ver o pedaço de carne, o cachorro salivava! E foi fazendo
assim durante um tempo, ou seja, primeiro tocava a campainha e, depois,
apresentava o pedaço de carne ao cachorro. Após um período, simplesmente ao
ouvir a campainha o cachorro salivava, sem ver o pedaço de carne! Isto foi
chamado de reflexo condicionado e podemos dizer que o cachorro foi condicionado
a salivar ao ouvir a campainha, pois fez a associação da campainha com o pedaço
de carne que viria. Contudo, a campainha, antes, não despertava a salivação
nele. Anteriormente, com certeza, a campainha representava um incômodo ao
cachorro, tendo em vista que cães têm o ouvido super sensível. O que antes era
um incômodo e poderia significar desconforto, agora, após o condicionamento,
representava prazer (tanto que ele salivava).
Feito,
a grosso modo, o esclarecimento sobre condicionamento, falemos sobre o fato de,
muitas vezes, condicionarmos nossa felicidade a uma outra pessoa. Precisamos
tomar muito cuidado e sabermos analisar criteriosamente e, sem dúvida, fazermos
uma autoanálise corajosa para chegarmos à conclusão se estamos ou não
condicionando nosso bem estar e felicidade a uma outra pessoa, porque senão,
apesar de tudo que ela anda fazendo para nós (atitudes de desrespeito,
desconsideração, por exemplo), continuaremos ao lado dela (e passaremos a nos
anular), simplesmente porque acreditamos que nunca mais seremos felizes ao lado
de ninguém.
Se
antes a campainha significava, como dissemos, incômodo ao cachorro, por que,
agora, ele não se incomoda mais com seu toque? Porque ele condicionou o toque
ao fato de receber o pedaço de carne! Por que você, que antes criticava
situações de humilhação e desrespeito, agora aceita e abaixa a cabeça? Será que
você não está aceitando estas “campainhas” da humilhação e do desrespeito por
que está associando a um pedaço de carne que acredita que virá? Será que você
não está esperando por migalhas? Será que não está deixando de ser você e
aceitando situações que antes jamais aceitaria porque condicionou sua felicidade
a uma pessoa? Será que não desenvolveu a péssima teoria de que nunca mais
poderá ser feliz com alguém? Será que não condicionou sua vida a uma outra
pessoa, mesmo esta não lhe dando absolutamente nada do que planejou ou queria
para sua própria vida? Você vai continuar assim até quando? Será que você mesmo
não está decretando seu próprio sofrimento ao fazer este tipo de associação? É a
outra pessoa que está lhe iludindo ou é você que está criando uma ilusão e,
sendo assim, tornando-se prisioneira de um pedaço de carne que vem de vez em
quando (migalhas), mesmo tendo que suportar as situações incômodas da
campainha? Você tem que passar por isso? Será que a carne não pode vir sem o
toque da campainha? Será que você não pode ser feliz sem ter que aceitar
situações de humilhação? Será que você não pode ser feliz sem ter que se
anular? Aliás, onde existe anulação pode haver felicidade real?
Acredito
que dentre muitos artigos que já escrevi em minha vida, talvez este seja o primeiro
em que faço este tipo de dinâmica, ou seja, várias perguntas ao invés de fazer
o desenvolvimento do tema. Contudo, acredito que esta didática possa fazer com
que muita gente consiga adequar mais facilmente cada resposta dada à própria
situação e ao contexto vivido e, com isso, tomar um posicionamento e uma
atitude diante da própria vida. Pense nisso! Forte abraço: André Massolini
André amo de paixão tudo que você escreve e fala . Você sem ao menos me conhecer não tem idéia do quanto me faz bem.Estou saindo de um relacionamento onde me encontrava exatamente como descreveu eu o amava mais do que a min mesma,por ele dava a minha vida e mesmo assim a pessoa que resolveu terminar. Estou sofrendo muito sinto até dores físicas tenho sentido mais sei que vai passar. Que Deus continue te abençoando e dando sabedoria. Forte abraço.
ResponderExcluirMuito obrigado!!!!
ExcluirAndré VC tem uma sabedoria incrível uma sensibilidade maravilhosa de se colocar no lugar das outras pessoas. VC consegue descrever coisas tao profundas que fico impressionada , estou lendo os artigos vejo seus videos estao sendo uma terapia. Ha muito tempo não leio algo tao reflexivo e profundo suas indagações me fizeram questionar certas situações que tenho vivido. VC esta mostrando uma luz no fim do túnel pra mim e pra muitas pessoas. Parabéns continue com os videos e os post. Muito obrigada
ResponderExcluirNossa.... de coração, obrigado!!
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