Meus
queridos, utilizemo-nos da linguagem simbólica para fazermos a reflexão neste
post. Imagine uma caneta sobre a escrivaninha. Ela está ali, inerte, totalmente
dependente de alguém que a pegue e faça com que o que existe dentro dela (a
tinta) venha para fora. No entanto, esta tinta, apesar de estar dentro da
caneta, não toma a forma que ela quer, mas sim de quem a tomou nas mãos.
Ora,
façamos agora, então, uso da linguagem metafórica e imaginemos que nós somos a
caneta. A tinta dentro de cada um de nós são nossos sonhos, nossos objetivos,
enfim, tudo aquilo que queremos para nós! Neste momento, você poderia me dizer:
“Mas, André, diferentemente da caneta, eu mesmo sou responsável para que a
tinta que está dentro de mim ganhe forma e concretização no papel da vida”!
Bravo! É justamente aqui que quero chegar! Será que você não tem sido apenas uma
caneta nas mãos de muita gente? Será que seus sonhos, seus objetivos e tudo
aquilo que você quer para você e que, portanto, está em seu interior, não está
escondido, enterrado ou até mesmo soterrado por tantas outras situações ou
pessoas? Será que você não está parado, inerte e sempre à espera de alguém, de
algo ou “da sorte” para que a tinta tome forma no papel de sua vida? Será que
não está na hora de você agir por você mesmo? Será que não está na hora de
correr atrás do que quer e fazer com que esta tinta que sempre esteve dentro de
você comece a tomar forma?
Voltemos
à caneta enquanto objeto: muitas vezes, quando a pegamos e ela não escreve,
posicionamo-la entre nossas mãos e fazemos uma fricção, a fim de que a tinta em
seu interior volte a escrever no papel. Ora, em nossa vida precisamos, por
vezes, fazer exatamente a mesma coisa! Precisamos nos friccionar, dar um
chacoalhão em nós mesmos para ver se acordamos, se esquentamos a tinta de
nossos sonhos e, assim, comecemos a ter ações e estratégias práticas para que
eles deixem de ser tinta e passem a ganhar significado no papel de nossa vida!
Esses
dias, alguém deixou um comentário em um dos vídeos que postei no Youtube, e dizia que eu falava sobre término, sobre
seguir, sobre decidir o que se quer para a própria vida como se fosse algo
totalmente fácil. Aí, a pessoa disse veementemente que não era fácil e finalizou
dizendo assim: “ruim com ele, pior sem ele”. Ora, nunca pintei a vida em tons
de rosa! Sempre fui adepto (e quem me acompanha, de fato, sabe o que estou
dizendo) do encarar a realidade tal qual ela é. Sendo assim, jamais sou adepto
do mascarar as situações ou fingir que o sofrimento, a tristeza e as decepções
não existem. Sim, existem! Passamos por estas situações, sim! E sabe por quê?
Porque elas fazem parte da condição de QUALQUER ser humano! Contudo, quando nos
perguntamos o que queremos para nossa vida, assim como o que não queremos,
então resgatamos nosso EU, conseguimos buscar as forças dentro de nós mesmos,
conseguimos friccionar a tinta que tentaram deixar fria e esquecida dentro de
nós (porque permitimos também), e tomamos um posicionamento e uma atitude,
tendo em vista que a vida é nossa! Não podemos nos reduzir a um mero objeto
sobre a escrivaninha de alguém, esperando que, de vez quando, nos peguem
(cuidado com as migalhas!)
Para
quem considera que “ruim com ele, pior sem ele”, então significa que VOCÊ optou
por permanecer numa situação ruim! Você optou que os borrões e a escrita cheia
de falhas façam parte do papel de sua vida, porque você acredita que é
preferível ficar com borrões a ficar sem tinta (“pior sem ele”). Acredito que
você tenha associado sua tinta ao fato de estar ou não ao lado desta pessoa que
está lhe fazendo mal. Acredito que você tornou-se uma mera caneta inerte,
parada, esperando que tal pessoa lhe movimente de vez em quando. Ninguém pode
ser condenado por isso. Contudo, que fique claro que a decisão é de cada um.
Resgatar o próprio eu, de fato, não é algo mágico e encantador, justamente
porque requer coragem, capacidade de abrir mão de muitas seguranças e
acomodações. Nem todos estão preparados para isso. Muitos preferirão permanecer
sobre a escrivaninha. Outros, porém, empreenderão o processo de mergulho na
própria tinta interna, tomarão posicionamentos, atitudes e começarão a escrever
a própria história. Escrever a própria história não significa ter que apagar a
de ninguém, mas apenas colocar-se no seu devido lugar. Nem acima e nem
abaixo... apenas em seu lugar, em sua linha, em seu parágrafo, no livro de sua
vida. Pense nisso! Forte abraço: André Massolini
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