“Só é lutador quem sabe lutar consigo mesmo” (Carlos Drummond
de Andrade)
Meus
queridos, quando ouvimos falar sobre as lutas do dia a dia e sobre as batalhas
que devemos empreender, quase sempre imaginamos as lutas pelas quais passamos
nas relações amorosas, na vida profissional, no ambiente acadêmico, familiar
etc.
E
você luta com você mesmo? Ora, alguém poderia me dizer: “Mas, André, todas as
situações citadas acima são lutas empreendidas por cada um de nós!”. E eu diria
que sim, você tem razão! Mas, nos exemplos citados na introdução, são lutas que
você deve fazer sempre na relação com o TU. A luta que estou questionando agora
é do EU com o EU.
Muitas
são as pessoas que procuram culpados em tudo e em todos para justificar e
legitimar seus comportamentos. Com isso, empreendem sempre uma batalha com o TU
e não colocam em duelo o próprio EU! Ou seja, são pessoas que não questionam o
próprio comportamento e a atitude tomada, tendo em vista que o comportamento
assumido e a atitude tomada é sempre legitimada e justificada por causa de uma
ação cometida pelo TU ou desencadeada por alguma situação. Portanto, não
questiona-se o próprio EU, uma vez que suas ações são apenas reações a ações
praticadas pelo TU.
Uma
pessoa que age assim é uma pessoa que dificilmente tem mudanças! Sempre
acredito e, provavelmente, sempre acreditarei, que as pessoas podem mudar!
Contudo, mudanças acontecem quando assumo meus erros, quando os reconheço e
percebo que preciso de um novo posicionamento frente a esta situação, que
preciso de uns reajustes! É por isso que foi necessária a batalha do EU com o
EU. Foi preciso batalhar com o orgulho e com a grande tendência de querer achar
justificativas para tudo; foi preciso uma luta interior para reconhecer as
próprias fraquezas, as limitações e uma nova luta para empreender as
estratégias de superação e, consequentemente, mudanças!
Essa
batalha do EU com o EU produz, como em qualquer batalha, alguns dissabores.
Afinal de contas, não é fácil colocar em xeque certezas e posicionamentos
estabelecidos e solidificados por anos e que, portanto, tornaram-se habituais
(o que costumamos dizer: “sou assim e pronto. Quem quiser que me aceite desta
forma grosseira mesmo”, entre tantos outros exemplos que poderíamos citar).
Todavia,
apesar de alguns dissabores, é uma batalha que, sem dúvida nos leva a grandes
vitórias e conquistas! Porque uma relação amorosa, profissional, familiar,
acadêmica etc, começa na relação que tenho comigo mesmo, na maneira como me
porto e como me posiciono diante das situações. Em alguns casos, minhas
relações estão desmoronando porque estão sendo reflexo não de como as pessoas
me tratam mas como eu mesmo me vejo. É por isso que esta deve ser a primeira
batalha. Infelizmente, muitos a deixam por último, assim como há aqueles que
nunca a fazem. Pense nisso! Forte abraço! André Massolini
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