Meus
queridos, vou iniciar este post, logo de cara, com um exemplo, porque assim
fica mais fácil entender o raciocínio que o intitula.
Augusto
está pensando em pedir emprestado, a seu vizinho, a furadeira elétrica. Sai de
casa confiante de que seu bom e velho vizinho, Caio, terá toda a satisfação em
emprestar-lhe sua furadeira elétrica. E vai pensando: “O Caio é um cara bacana mesmo”. Só que, de repente, é tomado pela
dúvida: “E se ele disser que não?”.
Começa, assim, um fervoroso debate interior: “Ele não vai recusar. É um bom amigo e vizinho. Sem contar que eu já
fiz um monte de favores a ele”. Mas a dúvida continua a insistir: “É, mas e se ele não estiver nem aí para o
que já fiz a ele? E se ele for do tipo egoísta, que aceita mas nunca dá nada em
troca?”. Então, Augusto é invadido por uma correnteza de imagens mentais em
que o vizinho lhe recusa o pedido. Imagina Caio negando que tem furadeira (“E ele acha que vou acreditar nisso?”).
Imagina-o dizendo que vai precisar dela justamente nesta semana (“Que mentiroso, nunca ouvi ele furando nada
há meses”). Imagina-o respondendo, pura e simplesmente, que não (“Cretino!”).
Assim,
quando está em frente à casa de Caio, Augusto está de tal modo convencido de
que o empréstimo lhe será negado que sequer se dá ao trabalho de perguntar – e
mais, está furioso por ter perdido seu tempo e ido ali à toa. Assim, quando
Caio, que estava cuidando do jardim, na lateral, o cumprimenta, Augusto, sem a
menor disposição para um bate-papo amigável, retruca com um resmungo qualquer e
segue em frente, fingindo que estava se dirigindo a algum outro lugar.
Será
que Caio teria emprestado a furadeira elétrica?
Jamais saberemos! Certamente
Augusto não sabe, pois sequer lhe deu a oportunidade de responder que sim ou
que não. Assim, Caio sofreu uma transformação radical – transformando-se, de
vizinho camarada que era, num poço de egoísmo – exclusivamente na imaginação de
Augusto.
Portanto,
meus queridos, a partir do exemplo citado, questiono: as atitudes de Caio o
tornaram egoísta ou a imaginação de Augusto foi a responsável por isso? Muitas
vezes, tendemos a fantasiar algumas coisas dentro de nós (por medo de rejeição
ou até mesmo para não assumirmos nossos próprios atos) e, assim, transformamos
a outra pessoa no que é mais conveniente para nós mesmos. Quando assim agimos,
tendemos a fugir de nossas atitudes, pois consideramos que já sabemos o que a
outra pessoa irá pensar, falar ou fazer! Ora, se já sabemos, então é mais fácil
ficarmos acomodados na situação na qual nos encontramos e, de fato, acreditar
que aquele pensamento que está em nós corresponderá à realidade que, diga-se de
passagem, é de uma outra pessoa ao invés de agirmos.
Em
muitas situações, relações podem ficar comprometidas quando achamos que sabemos
o que o outro pensa. Ficaremos amargos por causa de pensamentos que estão na
nossa imaginação e que, na verdade, não correspondem com a realidade da outra
pessoa. Pense nisso! Forte abraço: André Massolini
André agora que achei seu blog estou lendo todos seus textos e vendo seus videos. vc é muito sábio e tem me ajudado demais!
ResponderExcluirMuito obrigado! Bem-vinda!
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