Meus
queridos, cada vez mais chego à conclusão da teoria que tem norteado meus
pensamentos há tempos, a saber: uma pessoa apenas MUDA quando tem capacidade de
reconhecer os erros.
Acredito
que isto não seja muita novidade para ninguém. No entanto, muitas vezes as
pessoas não param para refletir sobre isso. Por que será que perdemos a
capacidade de nos questionar? Fazer perguntas é uma característica inerente ao
ser humano, prova disso é que, quando crianças, enchíamos nossos pais com as
mais diversas perguntas: Por que o céu é azul? Por que as estrelas ficam lá em
cima? Por que elas não aparecem durante o dia? Por que isso? Por que aquilo? E
são infindáveis os questionamentos que, muitas vezes, deixam os pais sem
respostas para questões aparentemente simples!
Parece-me
que tendemos a, talvez como um mecanismo de defesa, abandonarmos os
questionamentos e simplesmente nos contentarmos com o “porque sim e pronto”. E
isso torna-se ainda pior quando não conseguimos olhar para nosso interior e
direcionarmos os porquês para nosso próprio comportamento: por que sou
orgulhoso? Por que tenho medo de assumir que erro? Por que tenho tanto bloqueio
em pedir desculpas?
E,
infelizmente, quando isto acontece, então fugimos do autoconhecimento e, sendo
assim, não conseguimos progredir. É por isso que acabamos reproduzindo OS
MESMOS ERROS! Simplesmente porque tivemos a incapacidade de reconhecê-los
anteriormente! Ora, se não reconhecemos que erramos antes (e consequentemente
nem nos desculpamos, mas criamos uma infindável lista de justificativas para
mascarar o erro), obviamente que recairemos nele novamente, horas, dias ou
apenas semanas depois...
Quando
nos tornamos incapazes de reconhecer que, de fato, magoamos alguém (mesmo a
pessoa tendo sido clara em dizer que a magoamos e tendo explicitado isso),
então, como disse acima, cometeremos a mesma ofensa, talvez usando outras
palavras, mas a ofensa, em si, permanecerá igual.
Não
reconhecer que erramos faz com que busquemos os culpados para legitimarmos
nossas atitudes: criticaremos Deus e o mundo! Poremos a culpa em n fatores, mas jamais teremos a
capacidade de olhar para dentro de nós mesmos, pois sabemos que ali, no mais
íntimo do íntimo, reside, de fato, quem precisa de mudança. Ora, mas por que
fugir então? Por que ter medo de olhar para dentro de si mesmo, vocês poderiam
questionar este filósofo que lhes escreve! Porque quando olhamos para dentro de
nós mesmos com coragem e sem estarmos na defensiva e, assim, conseguimos
enxergar, de verdade, quem somos e onde temos errado, automaticamente temos que
nos POSICIONAR diante de tal fato. Ou seja, temos que tomar uma atitude de
mudança. E mudar, em muitos casos, é penoso e dá trabalho. Então, é mais fácil
culpar os outros do que empreender a mudança!
Com
isso, repito, a mudança não acontece e os erros acontecem novamente. As
ofensas, por vezes, voltam mais vorazes. Penso, também, que quanto mais voraz é
a ofensa é porque, na verdade, mais se quer fugir do que a causou. Enfim, como
dizia o mestre, “só sei que nada sei” e, portanto, posso ter divagado e errado
em tudo que escrevi! Apenas peço sabedoria para reconhecer que este erro é
possível sim, pois a perfeição não existe... assim como a razão absoluta também
não. É caindo que se aprende a levantar. Forte abraço: André Massolini
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