Analiso
como algo, no mínimo, preocupante, a banalização da vida que vem acontecendo
ultimamente. São situações que merecem ser repensadas e refletidas.
Vivemos
na era da notícia segundo a segundo. O mundo está conectado e interligado em
rede. A “teoria do caos” diz: “O bater de asas de uma borboleta em Tóquio pode
provocar um furacão em Nova York”. Ora, na era da informação na qual vivemos,
podemos dizer que uma cena num canal local de TV, em algum lugar do mundo, pode
se tornar um “furacão” de acessos no Youtube, por exemplo!
São
muitas as informações que nos chegam por segundo. Com isso, não temos tempo
para refletir sobre elas. Simplesmente as engolimos sem reflexão alguma. Não
estou, de modo algum, nadando contra a correnteza ou criticando a era digital!
Ela é ótima, conectando-nos com pessoas ao redor do globo e proporcionando-nos
informações e conhecimentos nunca antes imaginados. Porém, não está isenta de
críticas e reflexões, obviamente.
Antigamente,
sem saudosismo algum, as pessoas refletiam mais nas notícias que recebiam,
tendo em vista que eram escassas. Um único acontecimento tomava conta das
discussões, das conversas em família, das fofocas no bar ou cabeleireiro
durante muito tempo. Contudo, nos dias de hoje, não há tempo para refletir
sobre uma única notícia (a não ser que ela seja muito catastrófica, como foi o
caso do atentado ao World Trade Center), pois estamos conectados com o mundo
todo e, consequentemente, segundo a segundo, somos informados sobre algo
trágico e a tragédia do segundo anterior torna-se obsoleta e banal diante da
nova. E é aqui que mora o perigo: a banalização das tragédias, da violência, do
comportamento agressivo ou ofensivo, do descaso pela vida e pelo ser humano.
Vou
dar um exemplo que tem me “assustado” um pouco. Tragédias aconteceram em nossa
cidade, por exemplo, e fotos espalharam-se de celular em celular, de computador
em computador, e as pessoas orgulhando-se em exibir as fotos e esquecendo-se
que a vítima de tal tragédia era um ser humano e, como tal, tinha uma família e
pessoas que a amavam e a respeitavam. Meu Deus do céu, cadê o respeito pela
família? Cadê o respeito por quem está sofrendo com tudo aquilo? Cadê a
sensibilidade com o sofrimento alheio?
Por
que será que matar alguém, nos dias de hoje, é como matar um pernilongo que me
incomoda durante à noite? Justamente porque está acontecendo esta banalização
da violência, do comportamento agressivo e da vida! Esta banalização é, também,
a causa de tanta gravidez inconsequente (colocar um filho no mundo é como
escolher uma boneca na loja), de tantos roubos (afinal de contas, usar da força
para tomar o que pertence a outra pessoa é “normal”), de tanta violência
(bater, espancar ou agredir quem me incomoda é absolutamente “normal”), de
tantos suicídios (é “normal” ficar triste e desistir de algo “tão banal” como a
vida) etc.
Meus
amores, temos que erguer a taça da dignidade humana e dar um brinde à vida!
Temos que abrir nossos olhos do coração e perceber o milagre da vida
acontecendo numa pequenina folha, como o processo da fotossíntese, por exemplo.
Há muito milagre acontecendo ao nosso redor! Nós somos um milagre, assim como
aqueles que estão ao nosso redor! A natureza é um milagre... a vida é a
celebração de um grande milagre!
Não
podemos deixar que o furacão de informações que recebemos todos os dias, a cada
segundo, torne-nos insensíveis e sem reflexão diante dos fatos. Temos a
capacidade racional de perguntarmos sobre os porquês, de refletirmos sobre as
causas e de colocarmos a dignidade humana acima de tudo.
Quando
levantarmos pela manhã, vamos dar um brinde à vida!
Que possamos valorizar cada
aspecto, até mesmo os possíveis problemas e situações conflituosas pelas quais
estejamos passando, tendo em vista que é através delas que temos a possibilidade
de amadurecermos e percebermos que somos limitados e que precisamos de
flexibilidade, perseverança e coragem para seguirmos em frente. Enfim, termino
dando um brinde à minha, à sua, à nossa vida! Forte abraço: André Massolini
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