Muitas vezes admiramos as qualidades de outras pessoas
e, por vezes, pensamos: “Nossa, queria ser como ele”. Esta atitude faz com que
valorizemos qualidades alheias e desvalorizemos as nossas.
Outro dia, estava conversando com um aluno e ele me
disse: “Você é muito inteligente. Eu sou cabeça dura e não vou conseguir passar
na prova”. Então, olhei para ele e disse: “Meu carro está com um problema e eu
não sei o que é. Se você der uma olhada, provavelmente, descobrirá o que há de
errado, não é mesmo?” E ele disse que sim. Então falei: “Ora, diante de meu
carro com problema quem é mais inteligente? Eu ou você?”
É isto que quero
dizer quando digo que valorizamos qualidades alheias e não enxergamos as
nossas! Cada um de nós tem uma potencialidade para algo. Sempre haverá alguma
coisa que dominamos e fazemos muito bem feito. Onde está nosso talento? Muitas
vezes, enterrado (como na parábola contada por Jesus). É por isso que é
importante elogiarmos os talentos e as qualidades alheias, pois podemos estar
desenterrando e mostrando à pessoa algo que ela mesma não tinha percebido e
tomado consciência. Devemos tomar posse de nossos talentos e fazê-los render
cada vez mais.
Quando estava para construir minha casa, levei um
primo, que é um excelente pedreiro, para analisar o terreno no qual ergueria a
construção. Ele olhou e teve a visão de tudo o que será necessário.
Provavelmente, não conheça obras de Platão e Aristóteles, nem saiba os
fundamentos e a ideologia do positivismo ou do cartesianismo, porém onde está
sua inteligência? Eu, diante daquele terreno vazio, era um completo ignorante!
E ele era o mestre...
Inúmeras vezes confundimos inteligência com
conhecimento acadêmico; é a mesma confusão que se faz com o termo “cultura”.
Muita gente acha que a pessoa que tem estudos e possui muitos conhecimentos
acadêmicos tem cultura. E esquece-se que cultura é um termo que abrange os
costumes e as tradições de um povo, de uma sociedade ou de um grupo. Todos
possuímos cultura!
Minha mãe cozinha maravilhosamente bem (apesar de eu
ser fã de minha mãe, este é um consenso no qual todos meus amigos chegam
também...risos). Se precisar de um cálculo de quanto se deve fazer de arroz
para determinado número de pessoas, ou de carne, macarrão etc, ela saberá. Um
de meus amigos, porém, que tem doutorado na sua área, mal cozinha macarrão!
Quem é mais inteligente?
Poderia ficar citando milhares de exemplos, mas com
todos eles chegaríamos à mesma conclusão: todos somos inteligentes, cada qual
em sua área específica. Um ladrão que tem muita habilidade em abrir fechaduras,
não deixa de ser inteligente. Porém, o problema está no para quê ele está
canalizando sua inteligência. Podemos usá-la para grandes obras ou para causar
o mal e a destruição também. É por isso que a inteligência tem que vir
acompanhada de consciência e ética.
Portanto, valorizemo-nos, desenterremos nossos
talentos e façamos com que eles rendam frutos para nosso bem-estar e para a
coletividade. Forte abraço: André Massolini
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