A
inda que uma pessoa chegue a viver, com boa saúde,
até os cem anos, é um período muito curto! A vida é breve demais e deve,
portanto, ser muito bem vivida.
Existe uma forte tendência das pessoas reclamarem de
tudo. Quando está com falta de chuva, como agora, por exemplo, as reclamações
sobre o clima seco e os conseqüentes problemas como gripes, tosses, agravamento
de rinites, quadros alérgicos etc, são freqüentes. Aí, quando vem a chuva e,
caso chova mais que dois dias seguidos, iniciam-se as reclamações do porquê de
tanta chuva! Se está muito sol, é porque é sol demais; se está ventando, é
porque o vento trás sujeiras; se está frio, é porque o frio resseca a pele; se
está calor, é porque o calor é insuportável... e são infindáveis os tipos de
reclamações.
Confesso a vocês que sou apaixonado pela vida e tenho
consciência de sua brevidade. É por isso que gosto de aproveitá-la da melhor
forma possível. Quando chove, ainda que eu esteja com o carro limpíssimo e
encerado, agradeço pela chuva. Levanto-me, logo cedo, e, por mais frio que
esteja, agradeço pelo clima (mesmo tendo que lavar o rosto naquela gélida
água!).
Quantas pessoas se indispõem com grandes amigos por
pura bobagem. Aí param de conversar, não querem mais olhar na cara e o carinho
que nutriam vai virando um sentimento estranho que, às vezes, quando não
consertado, pode transformar-se em ódio. Que bobagem! A vida é muito breve. Por
que não responder a um “bom dia”? Por que ficar nessa amarra toda? Por que não
sentar e conversar? Não seria mil vezes mais fácil sentar e conversar a ficar
dias, meses ou anos sem trocar uma palavra?
Não sabemos se o dia de amanhã existirá. Caso ele não
exista, quais são os projetos que não se concretizarão? Quais são as situações
que você não gostaria que tivessem ficado para trás, ou “ficado para depois”?
Deixamos sempre para amanhã muitas atitudes porque sentimos que, no dia de
hoje, não temos coragem. Dizemos: “Hoje não dá para perdoá-lo, mas um dia eu
conseguirei”. Talvez este “dia” não chegue, porque não sabemos se o amanhã
existirá. Pergunte a si mesmo: “Se eu morrer amanhã, o que teria que fazer
hoje?”. Tenha certeza que tudo o que veio em sua mente deve ser feito. Se veio
a imagem de alguém que você deve ter uma mudança de atitude, tenha! Se veio a
imagem de algo que você quer realizar, realize! Se veio uma frase que você
gostaria muito de dizer a alguém, diga! Não deixe para amanhã tudo aquilo que
pode ser feito hoje. Muitas vezes esta “coragem” que dizemos não ter pode ser o
orgulho que queremos encobrir ou não queremos admitir.
Quando tivermos a certeza desta brevidade da vida,
muita coisa muda. Começamos enxergar coisas que antes nem prestávamos atenção.
O desabrochar de uma rosa é celebrado, assim como o nascer ou o pôr-do-sol; um
pássaro na janela; crianças correndo na rua; risadas de adolescentes, rindo à
toa; o perfume das flores; o sorriso dos familiares; o bom dia dos amigos de
trabalho. Tudo o que antes era visto como mera rotina torna-se uma grande
celebração da vida.
Tem gente que espera grandes acontecimentos para ser
feliz. Apóia a felicidade numa grande viagem para a Europa, na compra de um
carro de luxo, na construção da casa dos sonhos etc. Cuidado, pois quando nossa
felicidade estiver apoiada nestes eventos, ela será fugaz demais. Quando
fizermos dos pequenos atos que nos circundam o motivo de nossa felicidade, ela
será eterna! Forte abraço: André Massolini
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