SIM, TEM JEITO!

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segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Uma tristeza...

Não gosto de escrever sobre coisas tristes, tendo em vista que é o que mais vemos em noticiários ultimamente. Porém, o ser humano ainda está longe de alcançar estágios nos quais possamos realmente exclamar: ele é humano!
Num encontro na faculdade de Filosofia, em Rio Claro, numa roda de “filósofos”, um deles disse assim: “Para mim, o que não é cristão não existe!”. Ele tinha a expressão de um grande sábio, dizendo uma grande verdade! Alguém poderia estar se perguntando: “Isto deixou você triste?”. Talvez não tivesse ficado tão triste se não se tratasse de um professor de Filosofia, de confissão religiosa evangélica.
A Filosofia se propõe como a arte do pensar, do refletir, de fazer as pessoas deixarem o senso comum e adquirirem o senso crítico. Enfim, o propósito da Filosofia é bom. Mas, o que fazer diante de uma pessoa, formadora de opiniões, quando leva os outros a não serem críticos, mas carrascos? Este professor feriu a Filosofia, fazendo com que seus alunos tenham uma visão negativa de tudo aquilo que não é cristão.
Este professor, provavelmente, acredita que sua visão é a universal. Tem a pretensão e a prepotência de achar que seu pensamento deve ser o pensamento universal, ou seja, acha que tudo deve ser conforme o jeito que ele pensa... todo o resto é errado e, como ele mesmo disse, “não existe”.
Para a Filosofia, dizer que algo “não existe” é muito sério. É trabalhar com a categoria do “não-ser”. Ora, como ficam os budistas? Os muçulmanos? Os hindus? Os judeus? Aqui podemos entender o que se passou na cabeça de Hitler...
É inadmissível um filósofo assim pensar. Porém, vivemos na sociedade em que muitas coisas inadmissíveis acontecem: é admissível essa roubalheira na política? A política é destinada ao bem comum e não ao bolso, carregado de propinas. Obras são feitas não tendo em vista o bem comunitário, mas sim o quanto se superfaturará com elas.
É triste pensar que as pessoas ainda olham as outras através dos rótulos, dos padrões e, principalmente, medindo e julgando os outros a partir de si mesmos, achando que elas mesmas são os padrões de medidas válidos para julgar as pessoas. Jamais posso dizer que algo “não existe”, apenas por estar fora do que eu considero como padrão. Meu padrão é apenas meu padrão, não posso ter a pretensão de generalizá-lo.
“Quem vai querer sair com alguém que tem um corpo desse?” Sim, terá alguém que vai querer sair sim! Terá alguém que irá amar esta pessoa sim! Terá alguém que moverá céus por esta pessoa sim! E sabe por quê? Porque estas coisas existem, porque as pessoas existem e porque, graças a Deus, a diversidade existe e ninguém é igual a ninguém. Graças a Deus, o universal não se assemelha a pensamentos tão mesquinhos e restritos a uma mente egoísta e fútil, que julga as pessoas a partir de seu gosto pessoal. Quem acredita que, aquilo que foge do que ele tem como padrão, “não existe”, está deixando de contemplar tudo o que há de belo e bom nestas coisas, porque sim, queira você ou não, elas existem! Forte abraço: André Massolini


2 comentários:

  1. Parabéns pela sua forma sutil de fazer com que a gente reflita sobre nosso comportamento e, graças a Deus, reveja nossos conceitos.

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  2. Triste, pra mim, eh o key "não existe"(ideias), nos afetar realmente...

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