A injúria que fazemos e
a que sofremos não são pesadas na mesma balança (Esopo)
Meus
queridos, por que será que a mesma história tem sempre, no mínimo, duas versões
com valores e medidas, por vezes, totalmente opostas?
Aqui
entra o famoso ditado popular que diz: “A versão de quem apanhou será sempre
diferente daquela de que bateu”. É neste sentido que vai o pensamento de Esopo,
citado no início. Quando sofremos alguma injúria, meu Deus, sai de baixo!
Gritamos aos quatro ventos o quanto fomos injuriados, o quanto fizeram conosco,
o quanto fomos injustiçados... ou seja, armamos “um circo” danado!
Todavia,
quanto quem comete a injúria somos nós, aí a balança tem outra medida! Ao
contrário, não queremos que fiquem sabendo e jamais queremos alarde da
situação.
Na
mesma linha de raciocínio é o exemplo do rapaz que fala para alguma jovem na
rua: “Gostosa”. Porém, se ele ouvisse alguém dizendo isso para a irmã dele, com
certeza a balança teria outra medida, isto é, consideraria que estariam
ofendendo SUA irmã. Ora, e ele, ao dizer exatamente a mesma coisa para a
outra jovem é o quê?
Fica
claro que temos uma infeliz mania de defendermos determinadas teorias ou
posicionamentos que apenas nos convêm. Quando aquilo não é mais conveniente,
então o valor passa a ser outro.
Assim
é também, infelizmente, na política. Já teve gente que veio pedir voto para mim
para um determinado candidato (e falou super bem do indivíduo e, em
contrapartida, falou muito mal do adversário). Mas, para meu total espanto,
quatro anos depois, na outra eleição, a mesma (vejam bem, eu disse a MESMA
PESSOA) estava novamente fazendo campanha. Todavia, desta vez, estava pedindo
voto para o candidato que, na eleição passada, havia criticado. E sabe por quê?
Por causa destas malditas coligações entre partidos e estas nojentas trocas de
favores! Ou seja, tudo de mal que ela havia falado na eleição anterior, agora
era aplicado a quem outrora ela defendeu! Inversão total de valores, não é
mesmo? Tudo por conta do que era CONVENIENTE para ela naquele momento!
Lembro-me que, naquele dia, tive a certeza que tem muita gente que não defende
o que, de fato, acredita, mas apenas o que vai trazer mais benefícios.
Portanto,
a coerência, a transparência e a verdade são fundamentais e precisamos querer
aplica-las em nossa vida, sempre. Quando assim fazemos, adquirimos o respeito
das pessoas, pois elas percebem que temos a capacidade de sermos justos e de
buscarmos, ainda que com muita dificuldade, a imparcialidade (não total, pois é
quase impossível) em nossas atitudes. Pense nisso! Forte abraço: André
Massolini
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