Por
vezes, recebo comentários nos meus vídeos no YouTube, mais ou menos assim: “Suas
palavras foram duras, mas necessárias”. Acredito que vale a pena refletirmos
sobre isso.
Meus
queridos, quando estou lendo um relato que me foi enviado por e-mail e a pessoa
escreveu, por exemplo, que a outra terminou e disse não querer mais o
relacionamento, é comum percebermos que quem foi deixado começa a se apegar em
detalhes, como: diz que a outra pessoa não apagou as fotos das redes sociais;
que um amigo em comum disse que ela estava com um olhar triste; que estava com
cara de choro no serviço, entre tantas outras coisas.
E
sabe por que a pessoa se apega a isso? Porque ela quer minimizar a sensação de
dor pela qual está passando com o término. Sim, a dor está acontecendo! E sabe
por quê? Porque o término aconteceu! E, além de ter acontecido, existem
palavras nas quais devemos nos orientar, como por exemplo: “Não quero mais”; “Não
gosto mais de você como antes”; “O problema sou eu e não você”; “Quero ficar
sozinha”; “Quero curtir mais a vida de solteira”, entre tantos exemplos que
poderiam ser citados.
Ora,
quando estou lendo os e-mails, nada mais faço do que, na verdade, “esfregar” na
cara da pessoa a realidade que ela está querendo enfiar para debaixo do tapete.
Ou seja, a pessoa está querendo inverter as situações. Quer se apegar aos
detalhes (não apagar fotos, olhar triste etc) como se eles fossem a realidade
(quando, na verdade, eles são apenas hipóteses) e quer transformar o que de
fato é real (“não quero mais você”) em hipóteses e fantasias (e aí costumam
dizer: “Mas eu sei que ela ainda me ama”).
É
justamente aqui que nos iludimos e, assim, fazemos com que nossa dor seja
anestesiada. Porém, não nos libertamos! É por isso que continuamos querendo, a
todo instante, informações sobre a pessoa e nosso pensamento fica conectado
nela. Somente quando encararmos a realidade é que poderemos nos posicionar e
tomar um posicionamento. Sim, não pensem que não sei o quanto é doloroso. Eu
sei! Mas somente quando fizermos isso é que teremos a possibilidade de nos
libertarmos, usando as chaves que a própria pessoa nos deu, isto é, as frases
que ela disse e que insistimos em jogá-las para debaixo do tapete.
Portanto,
não são minhas palavras que são “duras”. Na verdade, apenas desvelo o que já
foi dito anteriormente e que as pessoas querem deixar de forma velada e
escondida. É preferível a dor da verdade à ilusão das hipóteses anestésicas.
Elas não nos deixam seguir nossa vida, justamente porque nos tiram da
realidade. E apenas na realidade é que poderemos caminhar, ainda que a passos
lentos. Pense nisso! Forte abraço: André Massolini